Bailado das ondas
Vede-as, ei-las que vêm - eternas bailarinas
para a festa noturna e fádica do luar,
segue-as o coro alegre e álacre das ondinas:
vede-as, ei-las que vêm, todas juntas, bailar.
Seios nus, braços nus que flavas serpentinas
cingem, abstratas mãos de brancura polar,
surgem, despetalando orquídeas argentinas
sobre a pelúcia azul do tapete do mar.
De quando em vez, na praia, uma a sorrir se apruma,
desliza, rodopia e alva como de espuma
desnastra, erguendo o corpo em bamboleios no ar.
E a lua, entre coxins, muito pálida e loura,
em serena mudez de nobre espectadora,

Mais poesia