Folha rubra
Meu ser é a comunhão de dois seres diversos.
Dois seres - um, a carne, outro, o espírito... e, assim,
esses dois seres - dois pequenos universos -
para castigo meu, se unificam em mim.
Carne e espírito... Enquanto o espírito faz versos
e sonha, a carne, onde arde o sangue de Caim,
forceja, ousa remir os instintos, imersos
neste letargo, nesta escravidão sem fim.
É o espírito contra a carne... A ânsia, a nevrose!...
E eu morrendo a esperar que a alma se desencarne
e se volatilize a essência em novo ser!...
E eu morrendo a esperar que a alma se desencarne
e se volatilize a essência em novo ser!...
E o corpo, livre da alma, estremeça, ame, goze
a carne pela carne e para a carne... a carne
até se decompor e desaparecer!...
Versos em música
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