terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Álvares de Azevedo

Soneto

Um mancebo no jogo se descora,
 
Outro bêbedo passa noite e dia,
 
Um tolo pela valsa viveria,
 
Um passeia a cavalo, outro namora.
 

Um outro que uma sina má devora
 
Faz das vidas alheias zombaria,
 
Outro toma rapé, um outro espia...
 
Quantos moços perdidos vejo agora!
 

 
Oh! não proíbam, pois, no meu retiro
 
Do pensamento ao merencório luto
 
A fumaça gentil por que suspiro.
 

Numa fumaça o canto d'alma escuto... 


Um aroma balsâmico respiro,
 

Oh! deixai-me fumar o meu charuto!





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