Momento (Abril
de 1937)
O vento corta os seres pelo meio.
Só um desejo de nitidez ampara o
mundo...
Faz sol. Fez chuva. E a ventania
Esparrama os trombones das nuvens no
azul.
Ninguém chega a ser um nesta cidade,
As pombas se agarram nos arranhacéus,
faz chuva.
Faz frio. E faz angústia... É este
vento violento
Que arrebenta dos grotões da terra
humana
Exigindo céu, paz e alguma
primavera.