sábado, 24 de agosto de 2013

Manuel Botelho de Oliveira

Persuade a Anarda que ame


Anarda vê na estrela, que em piedoso
          Vital influxo move amor querido,
           Adverte no jasmim, que embranquecido
           Cândida fé publica de amoroso.

Considera no Sol, que luminoso
          Ama o jardim de flores guarnecido;
          Na rosa adverte, que em coral florido
          De Vênus veste o nácar lastimoso.

Anarda pois, não queiras arrogante
          Com desdém singular de rigorosa
          As armas desprezar do deus triunfante:

Como de amor te livras poderosa,
         Se em teu gesto florido e rutilante
         És estrela, és jasmim, és sol, és rosa?