segunda-feira, 26 de maio de 2014

Dora Ferreira da Silva

Ritornello


Sempre sangrarão as cicatrizes?
                              O sono - irmão caçula da morte -
parece um corte vibrado a esmo.
Mendicância-errância se abraçam silenciosamente.

O mito que retorna
encontra-me quase insensível
                         à dor do recomeço.
Tropeço no antigo móvel
e não o reconheço. Foi o destino
que me levou a uma outra casa?
A poltrona insegura desvia a torrente do tempo
quando alguém sentado lia
farrapos da própria alma em autores prediletos.

Tudo o que foi passado
custa a morrer nos meus guardados.


Mais


Nenhum comentário:

Postar um comentário